Torneios Internacionais - 4ª rodada

Luka The Great - ESPLuca Brasil (Rio de Janeiro)


        Brasil, Brasil... mostre a tua cara - antes que seja tarde demais! Se na economia, os ventos são alvissareiros para a população do Gigante Ex-Adormecido, o mesmo não se pode dizer no futebol virtual: muita água já rolou nas copas internacionais e, até aqui, o pendão auriverde anda mais roto que pano de mendigo. Muitas "forças" pátrias não correspondem à propaganda de seus esquadrões, e outros que prometiam apenas esforço, esforçam-se para não pagar mico. E olha que, até aqui, não foram copas de muitas surpresas. Mesmo as anunciadas nos turnos, não estão lá nenhuma maravilha.


       Na Taça FIFA, o fim das esperanças dos ex-favoritos trocolores e cruzmaltinos; o Vasco, ao menos, perdera a vaga para outro (e surpreendente) brasileiro, o Paraná Clube do treinador sérvio Marko Stilic, que armou uma equipe aguerrida e compacta na saída de bola. 2 a 1 de virada em Curitiba e a classificação paranaense para as semifinais. Na verdade, o Vasco perdeu a vaga no turno, quando deixara três pontos em casa para o Besiktas (classificado) e dois para o mesmo Paraná Clube. Agora, o treinador sãopaulino Renato Morungaba escalou mal - muito mal - o time na derrota para o Trabzondspor, no Morumbi (1 a 2): optando por um  ataque de velocidade, não teve o cuidado de pôr ao menos um volante na meia recuada: o Trab veio num 4-5-1 cadenciado e fazendo uso de estocadas-surpresa das pontas e do meio. Aproveitou-se muito bem do rombo na intermediária defensiva tricolor e virou o jogo no segundo tempo. Mas a surpresa da rodada foi a classificação dum defunto: o Columbus Crew, com apenas dois pontos em quatro jogos, arrancou decisivo para a vaga com duas vitórias fora de casa - sobre a eliminada Ponte Preta e contra um bem articulado mas desfalcado Daejeon Citizen num confronto direto pela vaga. Lutando como franco-atirador, a equipe do Ohio fez a honra dos poderosos ianques renascer na competição. Enquanto isso, Independiente e Chivas Guadalajara fizeram seus deveres de casa e passaram sem maiores sustos. 


      Na Copa Intercontinental, sessenta mil pessoas vaiaram a plenos pulmões a equipe flamenguista, protagonista de mais uma tíbia apresentação ( 0 a 0) frente ao Denizlispor, no Maracanã; o time não consegue dar sequência às deambulações do treinador PC Francalacci e a classificação parece mais distante agora; e, nessa brincadeira, o Santos Laguna que venceu ao Manisaspor fora de casa por 2 a 1 aparece, destemido, na briga pela vaga com o outro turco do grupo. O choque-rei da rodada entre Fluminense e Corinthians no Engenhão foi repleto de grandes jogadas e muita movimentação de ambos os lados; no final, Belletti marcou o gol da vitória de virada do tricolor carioca por 2 a 1, enquanto no México, o Puebla teve apuros consideráveis mas bateu ao Sydney FC pelo mesmo placar do clássico brasileiro. Tudo indefinido neste grupo. No Grupo C, o Kayserispor, meio preguiçoso e já ciente de que só depende de si para abocanhar a vaga, empatou sem gols com um dedicado Chunnam Dragoons na Turquia, enquanto o Monterrey detonava numa goleada por 3 a 0 ao Chonbuk na Coréia do Sul; o destaque foi a (costumeira) expulsão do zagueiro J. Choi, expulsão que o elimina também da etapa internacional, se o Chonbuk cumprir a trajetória opaca que traça na Copa. Choi foi o primeiro jogador eliminado de uma etapa inteira da temporada por excesso de cartões (ver nota no Hospício da Bola), e este é o seu quinto cartão.


        O AEK Athenas e o Rizespor venceram seus compromissos em casa: 2 a 1 para os gregos sobre um serelepe CC Mariners e 2 a 0 dos turcos sobre um apático Grêmio, que pensou mais em se defender do que partir p'rá cima. E no último grupo, o Tigres foi novamente surpreendido em casa com um empate, desta vez contra seus fidagais inimigos de continente: os 2 a 2 contra o Houston Dynamo mostraram que se não levar a competição na ponta da faca, a classificação dança. E o Steaua, sabendo disso, jogou sério contra o Kansas City em Bucareste, vencendo a partida por 2 a 1 e assumindo a ponta da tabela. Ainda há tempo para alguns brazucas garantirem a vaga, mas precisam se conscientizar que "escola de futebol" e "balacobaco no pé" só dá direito mesmo a aplausos em circenses exibições - não a títulos.

(nos comentários, as entrevistas de alguns "professores")