quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Torneios Internacionais - 3ª rodada

Luka the Great  -  ESPLuca Brasil


      Vida complicou um pouco para alguns, esperança para quase todo mundo, e a treva para meia dúzia, semanticamente teclando. Mas, em se tratando desta rodada, só duas equipes, em ambos torneios da série Resto do Mundo, poderão curtir o Sono De Morfeu - tranquilo, reparador, tonificante.


    Na Taça FIFA, o Independiente argentino fez o que o São Paulo deveria fazer, com os jogadores que possui em campo (e no papel): venceu o Queensland Roar na Austrália (1 a 0) e vira o turno da fase inicial com sete pontos; e a certeza de Romagnoli para a quarta rodada, primeira de returno. Sem mistérios, fórmulas ou harrypottices, apenas o seguro 4-5-1 cadenciado porém firme e agressivo de sempre. Chivas Guadalajara bateu a Ponte Preta no Jalisco (1 a 0) enquanto o Paraná Clube não se dobrou à maior categoria do Vasco da Gama no Rio: 1 a 1. Brazucas na berlinda, inclusive o São Paulo, derrotado por um destemido e confiante Trabzondspor.  O cruzmaltino perdeu o zagueiro Dudar para a próxima partida (C) e o treinador Eurico Dinamite explodiu de vez: nada de folga, muito trabalho e zero entrevistas até a partida contra o Tecos em São Januário. Pelo desenho tático, opções de mudança corretas e cumprimento de funções eficientes, a equipe argentina ganha corpo para o returno. O restante, será uma briga por - inicialmente - organização tática, depois um pouco de melhoria técnica e - por fim - sorte (afinal, todos merecem).




     Copa Intercontinental, Grupo C. O Chonbuk abriu o marcador contra o Kayserispor na Coréia do Sul e a idéia (pelo volume coreano de jogo) é que o encanto turco esvaíra-se na cabeçada de Kwon. Mas bastou a dupla de meio-campistas Ceylan e Bäsdag acertarem os lançamentos curtos e Ünal o pé, para a virada acontecer e as projeções voltarem, mais agudas e proféticas: 2 a 1 de virada e nove pontos que serviram de aviso: o Kayserispor não é a "camiseta da moda". É o "time a ser batido".
     No Grupo A, a verdadeira "camiseta" é que apresentou-se, de vez (e carterinha): mesmo jogando bem e apesar de alguns sustos, o Flamengo de Adriano e Petkovic não conseguiu bater ao Manisaspor na Turquia. 0 a 0, e Francalacci foi contestado por deixar o Wagner Love no banco. Ele fica mais próximo à área do que o Imperador, que sai muito p'rá buscar jogo. A vitória de raça (e um pouco violenta) do Denizlispor sobre o aplicado Santos Laguna garantiu a liderança do grupo e a certeza de que a vida rubro-negra no returno não será das melhores. 
     Enquanto o Puebla (sempre violento, outra expulsão) penava p'rá segurar o excelente Fluminense num empate disputado no México, o Corinthians reafirmou sua condição de favorito ao título na vitória expressiva (3 a 1) sobre o Sydney FC na Austrália. Ronaldo, impossível de se marcar quando quer jogar bola, fez dois e arrancou aplausos  até mesmo dos cangurus e crocodilos daquele encantador fim de mundo... até sair contundido pela mordida de um dos zagueiros adversários  (não foi o veteranésimo Maldini, calma gente). Para o classico no Rio contra o Flu, a coisa ficou mais parelha.
     A chance de ouro para dar distância segura das ameaças no Grupo D foi, novamente, desperdiçada pelo Grêmio, ao empatar em casa (de novo!) com um surpreendente Central Coast Mariners, inteiramente aberto num 4-3-3 e comandado  por Pauleta e Nedved, endiabrados. Mas o Rizespor turco não aproveitou também a oportunidade oferecida pela boa fada da bola; perdeu para o AEK Athenas em casa (1 a 0) e o time grego deu a perigosa pinta de que seu jogo de toque cadenciado e mortífero na finalização entrou. Xiii...
     E o Tigres de Nueva León percebeu que com o Steaua Bucaresti, "lo buraquito é más embaijito": trabalhou bem a troca de passes, fez dois gols de raro oportunismo, mas... quando do lado de lá existem cobras como Radu, Danciulescu, Zicu, e Luís Figo (autor de duas perfeitas cobranças de falta nos gols de empate) e ainda Marcelo Moreno de regra-três, fica difícil firmar ponto apenas no talento, pura e simples. E novamente, a caixa de ferramentas asteca abrira-se, numa entrada desnecessária em força do meia Marino em Radu, que faria o gol de qualquer modo, antes da segunda gol de falta de Figo, o nome do jogo. Enquanto isso, no Texas, o Kansas City Wizards mostrava que, na falta de diferencial, a coletividade ganha jogo: sem Johnson, machucado, a vitória por 2 a 1 no campo do Houston Dynamo deu um sopro de esperança à equipe ianque no torneio, embora até o treinador Arthur Cormick reconheça que, tirar o predomínio de mexicanos e romenos é muito, muito difícil. Mesmo com as mostras prodigiosas de empenho e raça dos moços do Kansas.
O Houston? Ah, sim, está definitivamente fora de qualquer chance de classificação. Na prática, pois, matematicamente, ainda dá.



  

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