quarta-feira, 2 de novembro de 2011

II Taça FIFA - Fase de Grupos - 2ª rodada



Luka The Great - ESPLuca Brasil(Rio)


     Uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa. Estranho começar uma resenha esportiva deste modo frasal, né? Mas a "coisa" toda caminhou em passo de estranheza na segunda rodada desta Taça FIFA, versão 2010/2011. 


    Por comodismo, algumas análises virtuais tendem a acompanhar mais os números do que os fatos. Pelos números, achávamos que no grupo A, o Chivas mexicano jamais teria dificuldade em se sobrepor ao Daejeon Citizen mesmo na Coréia do Sul, da mesma forma dava-se como certa a vitória (mesmo apertada) dum Vasco da Gama no Rio contra o Besiktas turco - uma equipe visitante que passou para a Etapa Internacional à fórceps. E quem é que acharia que o Paraná Clube, sem estrelas ou média alta, se sobreporia ao Tecos UAG? O comodismo apenas acertou na dificuldade em que o São Paulo teve contra o aplicado (e excelentemente desenhado no plano tático) Independiente argentino no Morumbi. 


    E o que aconteceu? O comodismo analítico levou uma lavada!


    Narkü Pangtër teve a audácia de recuar seu melhor homem (Nihat) para fazer a assistência de ataque, confiando a um Bobô "picolé-de-chuchu" a responsabilidade da finalização, além de apostar nas jogadas-surpresa de extremas: 2 a 0, no Rio de Janeiro; e o treinador vascaíno Eurico Dinamite embananou-se na distribuição de funções aos seus quatro tenores - Morais, Felipe, Zé Roberto e Carlos Alberto, este último uma pipa avoada no campo. Em Daejeon, Watanabe soltou seus atacantes brasileiros para cutilar a defensiva mexicana, mesmo tendo meio time asteca na enorme brecha de sua intermediária defensiva após a expulsão de Wang/ZAG; a ousadia valeu-lho a vitória, apesar da falta de sorte chicana nos arremates. E Markin Stilic (anote aí o nome do técnico sérvio do Paraná Clube), sabendo que a falta de virtuoses não lhe seria favorável a reverter um placar desfavorável em casa, apelou para a pressão total: bateu de frente com a meia cancha do Tecos (onde Cejas se destaca como diferencial criativo) durante os noventa minutos e conseguiu a vitória graças ao único lance de desatenção do jogo inteiro. 


     O Grupo B, sim: houve um padrão lógico - e mesmo assim, às margens do Mar Negro turco. O Trabzondspor fez aquela que foi considerada a sua melhor partida da temporada 10-11, goleando por 3 a 0 ao Queensland Roar da Ausrtrália. A preleção do treinador Glonçyes Şunleş? "Não deixem que gostem da partida, pressionem e chutem pro gol deles o tempo todo!" . E, no Morumbi, o São Paulo foi surpreendido por um esquema cauteloso e traiçoeiro montado por Ramón Ortiz, onde o 4-2-3-1 era, em verdade, um 4-5-1 disfarçado habilmente. Sem Romagnoli e com apenas um atacante, o Independiente travou um belo duelo contra o São Paulo que relutou o tempo todo em partir decisivamente para cima do adversário; a proposta de Renato Morungaba era, no segundo tempo, recuar Cléber Santana para a MC e pôr Dagoberto ou Fernandinho de MEA, para a entrada de Leandro na frente. Mas, temeroso, preferiu manter o esquema inicial de dois atacantes e um MEI encostado. Agora, o time argentino lidera o grupo e o turco é segundo. E só dois passam às semifinais.  


      O comodismo cria placas represantes nas artérias da ousadia. Que os estertores da audácia esguichem nos neurônios dos treinadores muito mais vida - para gáudio dos assinantes! 


Grupo A:
Daejeon Citizen 1 X 0 Chivas Guadalajara
Columbus Crew 0 X 0 Ponte Preta


Grupo B:
São Paulo 0 X 0 Independiente
Trabzondspor 3 X 0 Queensland Roar


Grupo C:
Vasco da Gama 0 X 2 Besiktas
Paraná Clube 1 X 0 Tecos UAG

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