A conquista do Arsenal tem um sabor todo especial para seu torcedor. Vendo os rivais de ponta do país conquistando títulos da Etapa Internacional, os 'fangunners' incomodavam-se com a formação de belos times - todos com a aquiescência do treinador Terry Gillian - e o fracasso durante as competições. Foi assim, na Etapa Nacional, não conseguindo entrar na zona de classificação da Premier League e perdendo na segunda fase da FA Cup, a Copa da Inglaterra. O esquema de quatro tenores (Arshavin, Nasri, Fabregas e Rosicky) definitivamente não vingara na época; a linha defensiva, tão poderosa em todos os aspectos (por cima, por baixo e na antecipação das jogadas) também ficava a desejar contra times de velocidade e dribles fáceis. Parecia que um feitiço terrível abatera-se sobre o Emirates Stadium, pois nada que Gilliam ou a diretoria fazia dava certo. Mesmo o Arsenal vindo de uma década em que não podia reclamar da sorte, fora campeão da Premier em 07/08 e, antes, da FA Cup, em 02/03.
Porém, a partir do jogaço contra o Elfsborgs na Suécia (3 a 3), tudo passou a encaixar. E melhorar. http://chutandobaldesbolas.blogspot.com/2012/01/lado-europa-euroclubes-soccer-e-uefa.html
Rosicky ficou mais solto nos jogos fora de casa quando o Arsenal jogava no 4-5-1, o esquema preferido pela maioria nesse fim de temporada: colado ao matador Van Persie - que não precisa voltar tanto para buscar jogo - , seu futebol apareceu de forma reluzente, distribuindo ou esticando o jogo, independente do adversário. Isso fez com que os três outros notáveis da meia cancha crescessem, também; Nasri firmou-se nas extremas de armação, Arshavin estabilizou-se na esquerda (quando acionado) e Fabregas, mesmo atuando de MC recuado, vinha como elemento-surpresa de forma instigante. O seu gol, o primeiro da vitória de 3 a 2 sobre o Eintracht Frankfurt na segunda fase, foi uma apologia ao talento, numa arrancada fulgurante e viril da direita à meia lua.
Nas finais, o Newcastle era o ressuscitador da velocidade no campo, a estratégia de jogo dos tempos do vídeogame anos 90 que voltava nos pés acelerados de Martins, N'Zogbia, Geremi e Damian Duff - a surpresa das finais. Dois duelos sem vencedor onde todos desejariam que o título fosse repartido entre os ingleses, mas não era obviamente possível. E o sinistro Tenerife; sinistro, no sentido de um futebol até previsível, mas eficiente: todos em campo trabalhavam para duas pragas ofensivas, terrores de goleiros em La Liga B espanhola, Nino e o traiçoeiro Cristo, matador das Canárias. Este último, ao se deparar com o futebol de fino acabamento dos Quatro Tenores do Arsenal, acabaram sucumbindo em casa e fora. Arsenal e Newcastle terminaram iguais nos pontos, mas o time londrino deslanchou no saldo de gols, 5 contra 2. Arsenal campeão internacional, pela primeira (e saborosa) vez.
Por enquanto, festa. Mas os 'Gunners' voltam a campo em breve: classificados para a segunda fase da Euroclubes Soccer, terão a dificílima missão de se classificar num grupo onde o arquirrival Chelsea é um dos monstros, seguido da Galáxia Madrilenha, chamada Real. Terry Gillian já prepara o chapéu harrypótico, mas sabe que nesta briga de feiticeiros europeus, seu cinturão, bem ou mal, pequeno ou grande, já está garantido - assim como a felicidade de toda uma torcida, agora com uma láurea na temporada para festejar.
A R S E N A L
Campeão da II UEFA Game:

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